domingo, 2 de março de 2008

Dores

Maledita gripe que me agride!

Custa a passar e volta numa facilidade...

E não é por falta de cuidados, não... Até “Vitamina C” ando tomando, assim como uns inesperados - e seguidos - banhos de chuva FRIA. Safadamente (sempre) caindo feito dilúvio. Nestes dias de sol a pino. Quando nem me lembro do guarda-chuva.

Tempo maluco. E imprevisível.

Falando nisso...

Fui daquelas crianças que adoecia repentinamente quando não ganhava determinado presente - já prometido, às vezes, da boca pra fora. Contava dias e horas para receber algumas destas dádivas tão desejadas. Esperava na porta. Sonhando com embrulhos desembarcando do carro para meus braços. Acabava acamado igualmente quando não conseguia o que queria. Planos frustrados por vontades alheias. Aka falta de incentivo à cultura. Engraçado que minhas crises financeiras causavam doenças curadas unicamente quando minha mesada era auxiliada por bonificações médicas emergenciais. Deveria ter feito gráficos a respeito. Onde bonança no bolso era proporcional a saúde estável.

Num destes momentos, amontoei minhas riquezas, arrombando porquinhos estratégicos, para comprar “A Morte do Super-Homem”. Mas a danada da revista custava mais caro do que o esperado. Ficaria sem a leitura almejada durante meses de expectativa entre o lançamento do (dito) “Evento do Ano” nos EUA e posteriormente na banca mais próxima. Acreditem, nunca dei muito importância pro Homem de Aço. Na verdade, acho este personagem um tanto *quanto* sem graça. Jamais colecionei seu gibi. Conhecia-o mais pelos (ótimos) filmes. E desenhos animados.

Entretanto, sua apocalíptica luta final parecia tentadora demais. Ao ponto de merecer uma edição especial. Com folha luxuosa e um preço de capa absurdo para minhas contas pessoais. Acabei convalescendo na cama quente. Depois de chorar cada segundo perdido sem a posse de um bem tão precioso. Para minha sorte, logo meus pais perceberam a súbita tristeza do filho caçula, amparada pela palidez acentuada. Na época, tomaram minha doença de verão como “saudades” do meu irmão, este, curtindo uma viagem de formatura (muito) longe de casa. Afinal, nem sei se havíamos nos separado durante tanto tempo assim até aquele momento. Ganhei algumas bufunfas extras para superar a dor da separação. Corri para o jornaleiro como se não houvesse amanhã.

Abusando do bem-estar antes abalado. Combalido. Comprei tal relíquia, voltando para minha cama num gesto pródigo e rápido. Aproveitei o merecido descanso aconselhado aos internados para transpassar a fantástica edição de cabo a rabo. Várias vezes. O resultado? A melhor história do Azulão que já li ou lerei. Valeu à pena? Não sei. Era o tipo de escolha fugidia. Simplesmente acontecia. Aquém de minhas capacidades preventivas. Ou não...

Um comentário:

Carlos Frederico disse...

Melhoras, amigo. E se cuida, ok?

Abração do Fred.